O Ciclo de Palestras desta quarta-feira (05) optou por abordar o tema diante de uma perspectiva decolonial.

O ciclo de palestras da Pós-graduação da UniFCV tem como objetivo aproximar os alunos de debates atuais e relevantes para a atuação deles como gestores. O projeto proporciona debates de conteúdos atuais que, por vezes, não se encontram contempladas na nos cursos superiores, mas que influenciam a gestão como um todo.

Na noite dessa terça (05), contamos com a presença da especialista, Annelise Nani da Fonseca, que abordou o processo de criação dentro do design gráfico sugerindo uma abordagem decolonial: “vamos discutir como a colonização repercute na construção dos imaginários sociais e como mantém ainda, mesmo que te forma inocente, nos mantém ainda presos nos referencias estéticos da colônia”, afirma a palestrante.

A decolonialidade

O termo “colonialidade do poder” foi criado pelo sociólogo peruano, Aníbal Quijano. Aníbal defendia que, apesar da colonização das américas ter acabado, oficialmente, nos últimos séculos, alguns conceitos e visões ainda prevalecem, principalmente devido ao imperialismo ocidental e a globalização.

Para Aníbal, o pensamento decolonial é uma vertente muito comum em movimentos latino-americanos que busca libertar a produção da influência eurocêntrica. Essa influência pode ser vista em diversas formas de expressão, como explica Annelise: “eles acontecem especificamente no designer gráfico nas escolhas dos símbolos, símbolos esses ligados ao contexto cultural europeu, o nome das marcas com estrangeirismos, as preferências, paletas, tudo que é usado no processo criativo de um logo, em uma identidade visual”.

Tomada de consciência

Explicado o conceito de decolonialidade, quase imediatamente, nos vem um pensamento: “mas como colocar isso em prática?”. A área de criação é uma área de referências, devemos buscar novos exemplos, novos profissionais nos quais se inspirar e, principalmente, praticar.

“Para desvencilhar disso primeiro devemos tomar consciência que isso ocorre. A partir dessa conscientização começar com um olhar e um movimento de valorização para nossas próprias temáticas, nossas culturas e referencias. Isso não significa negar o código hegemônico que é o europeu, a gente pode dominar, mas incluir outros códigos para enriquecer a nossa produção”, explica a palestrante. 

E para quem perdeu a live tem a chance de revê-la. A transmissão está disponível no nosso canal do youtube na íntegra para todos que quiserem ver.